quinta-feira, 17 de maio de 2012

“O discipulado deve ser discipulado em movimento-para-o-mundo”.


“O discípulo que não sacrificar a própria vida pelo mundo e pelo evangelho da reconciliação não é digno de ser seguidor de Jesus Cristo”
Dietrich Bonhöffer afirma: “A igreja só é igreja quando existe para os outros”. De maneira muito clara, a idéia de ser igreja passa essencialmente pela sua manifestação física e palpável neste mundo. A igreja existe para o mundo quando se torna evidentemente o corpo de Cristo, e ao mundo ela é enviada como serva. Servo é a característica natural daquele que faz parte do Corpo, pois não poderá negar a sua natureza que é servir ao mundo. É na sua apostolicidade, que embora resgatados do mundo, os discípulos retornam ao mundo para proclamar a palavra de Cristo. Esta volta ao mundo reflete que é impossível ser igreja, sem estar no mundo. É na encarnação, que vemos o maior ideal da igreja. Quando a igreja se humilha, se contextualiza, convive com os pecadores, fala seu linguajar, ela manifesta a sua essência. Não há igreja sem a sua encarnação no mundo (Jo 20.21). O fato de ser apostólica evidencia a razão de ser como uma atividade de doação de vida pelos que não a tem. É no dar-se ao mundo que a igreja manifesta o verdadeiro sentido de ser enviado a ele (Jo 15.13). Portanto é impossível a igreja manifestar-se como Corpo de Cristo sem expressar o seu valor intrínseco de “perder a vida para anha-la”. É no perder da vida que a igreja expressa sua apostolicidade e seu compromisso com o mundo (Mt 10.39).
Por isso Moltmmann expressa com muita ênfase: “As igrejas missionárias, não se desviam para o isolamento social, mas se tornam uma esperança viva em meio às pessoas”. É no meio do mundo, da sociedade, como fator de resposta aos anseios espirituais, emocionais, psicológicos, físicos e políticos, que a comunidade dos discípulos de Cristo, expressa sua finalidade missionária, isto é, existir para o mundo.
A característica da igreja de existir para o mundo não é facultativa; faz parte da existência da igreja. Isto é, não há igreja se não houver compromisso com pecadores. A igreja que não focaliza os pecadores, que não desemboca numa atitude permanente de doação e renúncia, pode ser um grupo religioso mas nunca será de fato o Corpo de Cristo em sua expressão exata e palpável neste mundo.
O primeiro fator para sua manifestação ao mundo é que a Igreja existe para o mundo quando, porque ela manifesta o fato de Ter sido “enviada”. O discipulado deve ser discipulado em movimento-para-o-mundo. Charles Van Engen assevera: “O discípulo que não sacrificar a própria vida pelo mundo e pelo evangelho da reconciliação não é digno de ser seguidor de Jesus Cristo” O segundo fator para seu compromisso com o mundo é que a existência da igreja para o mundo relaciona-se com a sua universalidade. A existência da igreja é tão ampla quanto ao grau de abrangência do reino, que compreende o senhorio de Cristo.
Organizador – Pr. João Maria